Gostar de cozinha não é suficiente para ter sucesso em restaurantes

A vontade de abrir um bar ou restaurante é forte em muita gente, principalmente entre aqueles que são considerados os ‘pizzaiolos da família’ ou ‘especialistas em hambúrguer caseiro’. Mas gostar da cozinha não basta. De acordo com especialistas da área, ser eficiente na operação do negócio também é fundamental para o sucesso.

06122013J

Na avaliação do sócio e consultor da ba}Stockler, Luis Henrique Stockler, ser apreciador de vinho, cerveja ou preparar um bom churrasco não vai fazer com que o empreendedor goste do cotidiano do negócio.
“A rotina é muito massacrante se você não gosta. É preciso entrar na operação sorrindo e se você não quer fazer isso todos os dias, por pelo menos dez anos, não entre. Em três, quatro meses passará o glamour e você vai enjoar. Você terá que aguentar isso durante muito tempo, caso contrário não terá o retorno do capital”, afirmou.

O valor para iniciar um negócio também assusta os marinheiros de primeira viagem, como revela Adri Vicente Júnior, da Food Service Company. “Quem não conhece o negócio, acha que a massa custou R$ 1, o queijo custou R$ 0,50 e que na pizza só tem dois tomates. E aquela pizza saiu muito barata e que a pizzaria não é honesta porque cobrou R$ 40 no produto. Ele acha que vai ganhar dinheiro dessa forma”, disse. Vicente Júnior alerta, ainda, que o negócio exige dedicação e profissionalismo. “Faça um plano de negócios para não ter uma surpresa desagradável”, destacou.

Planejamento. Entre os pontos importantes para o sucesso da empresa está o de fazer parte do grupo dos prevenidos. A crise do tomate, produto que foi o vilão da inflação no primeiro semestre, pegou muita gente de surpresa. Mas outros empreendedores sentiram menos, são aqueles que estabelecem parcerias duradouras e sólidas com fornecedores para evitar os efeitos da variação de preço.
“Muitas empresas, apesar de elaborarem o plano de negócios, não amarram parcerias com fornecedores”, reforça o consultor Luis Stockler.

Hospitalidade. Entre os bons exemplos do setor está a rede Outback, que tem a operação no Brasil como a mais rentável do mundo. E o gerente das unidades é peça-chave para o grupo driblar com eficiência os problemas tão rotineiros do segmento. A rede transforma esses profissionais em sócios do negócio e consegue uma dedicação extra, capaz de aumentar a eficiência e, por consequência, a satisfação do cliente.

Salim Maroun, presidente do Outback no Brasil, revelou ainda outra estratégia curiosa do negócio durante o Encontro PME. O empresário disse que a empresa conta com 89 mil outbackers, como são chamados os funcionários da rede, nos Estados Unidos. Mesmo assim, não há um departamento de recursos humanos – a responsabilidade de escolher as pessoas é do sócio, que é treinado para entender do assunto. Caso contrário, segundo ele, “é como nomear o presidente do Banco Central sem ele entender da política de juros”, compara Maroun.

Para o executivo, o melhor patrimônio de uma companhia são as pessoas, por isso, a rede valoriza o que chama ‘DNA da hospitalidade’, a filosofia de excelência da companhia que é transmitida rotineiramente aos subordinados pelos gestores. Essa aposta deve pavimentar ainda mais o caminho do sucesso da companhia, ainda mais porque Maroun não vê turbulência no horizonte da economia doméstica. “Eu acredito que temos um mercado interno extremamente blindado.”

Quem acha que vai ter destaque só por conta dos elogios de amigos precisa pensar mais um pouco antes de começar

Fonte: Estadão

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *