EMPREENDEDOR SUPERA DESAFIOS E FAZ SUCESSO COM RESTAURANTE
Ramon Costa de Carvalho enfrentou dificuldades na gestão do Bangalô, mas persistência e busca por conhecimento levaram negócio a recordes de crescimento
Ramon Costa de Carvalho trabalhou em várias áreas antes de empreender e ficou dez anos trabalhando como impressor offset em uma gráfica, sete dos quais atuando de madrugada.
Quando percebeu que a carreira não iria muito mais para a frente e que estava cansado demais de trabalhar madrugada adentro, começou a pensar em abrir seu próprio negócio. Com a namorada na época, Márcia, com quem teve um filho, ele vendeu o que tinha, pegou o acerto da gráfica e juntos abriram o Bangalô Restaurante, no Jardim Goiás, em Goiânia.
Então vendemos o que tínhamos, pegamos materiais e utensílios emprestados e abrimos o restaurante, que também era bar à noite. Mas vimos que era melhor fechar mais cedo, então depois de algum tempo, ficamos só como restaurante”, afirma.
Era o ano de 2006, e os negócios não foram tão bem. Morando de favor com a irmã, a renda do restaurante não dava para pagar as contas, e ele teve que voltar a trabalhar como empregado na gráfica.
Três anos depois, incentivado por Márcia, ele deixou o trabalho novamente e voltou para o negócio, mas desta vez para promover mudanças drásticas no estabelecimento. “Foi um choque de gestão, tive que demitir pessoas, pagar fornecedores e colocar as coisas em ordem”, diz. As divergências com a namorada no negócio acabaram se ampliando em casa, e eles se separaram, mas tentaram manter a sociedade até que Ramon comprou a parte dela. “Passei por um grande sufoco financeiro durante uns dois anos para me reequilibrar de novo”, diz.
Em 2012, as coisas começaram a melhorar depois que ele recebeu a visita de um Agente de Orientação Empresarial do programa Negócio a Negócio, do Sebrae Goiás. “Pela primeira vez vi que tinha algum apoio, eu não tinha experiência em empresa e nem em restaurante, e foi somente aí que fui olhar a gestão e aprender a usar as ferramentas corretas. Comecei a frequentar as palestras gratuitas da entidade e então começou um ciclo sem fim, fiz atendimento ao cliente, como gerir sua pequena empresa, foram surgindo outros cursos fora, de liderança, de forno e fogão, e coloquei meus colaboradores para fazer os treinamentos também. Participei de feiras por conta própria e com suporte do Sebrae para conhecer o mercado e, quando os resultados começaram a aparecer, percebi a importância de me capacitar”, afirma.
Atualmente, a empresa vem batendo recordes de faturamento (média de 20% a mais ao ano), atende de 250 a 300 pessoas por dia e emprega 12 pessoas.
De 2014 para cá, ele investiu mais de R$ 120 mil em infraestrutura e descobriu que, para o negócio prosperar, é preciso ter paciência e reinvestir o dinheiro na própria empresa. “Eu procuro gastar pouco comigo mesmo e manter a empresa crescendo, pois isso tudo vai valer a pena lá na frente”, diz.
Outra coisa que ele entendeu em sua trajetória foi a importância da inovação constante do restaurante. “Você tem que estar sempre pensando em algum diferencial. Seja uma pintura, uma mudança no ambiente, um prato novo no cardápio, toda semana tem que reavaliar se o negócio está entregando o que o cliente quer”, afirma.
Por fim, ele também descobriu que não é possível tocar o empreendimento com qualidade se o empresário não tiver um propósito maior do que simplesmente ganhar dinheiro. “Com os cursos para restaurante refleti sobre qual era minha função, o que tinha para entregar. Entendi que não podia só vender comida, pensei que quem faz comida para a gente é quem nos ama, e entendi que meu propósito seria cuidar das pessoas por meio da alimentação, amor, energia e tudo o mais. Percebi também a diferença que comecei a ter na vida dos meus colaboradores, é um impacto positivo nas pessoas. Se fosse só dinheiro já teria desistido”, finaliza.