O que é Cook Chill e como funciona?

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Cook Chill significa cozer/resfriar e o processo consiste em cozinhar o alimento a uma temperatura de +74oC por mais de 5 minutos e resfriar em equipamentos que baixam a temperatura do produto rapidamente até a temperatura de + 3oC. O processo reduz ao mínimo o risco de contaminação do alimento, pois a passagem pela zona de perigo (+4oC e +60oC) é reduzida a um tempo mínimo.

Os resfriadores funcionam por circulação de água (ideal para produtos com um pós-vida de até 45 dias) ou ar (para alimentos que serão consumidos no prazo de 5 dias).

Os alimentos devem ser regenerados em fornos combinados. Neles é possível a mistura de ar quente e vapor simultaneamente e a umidade contribui para que os alimentos não ressequem.

O processo minimiza os riscos de contaminação, preserva as características nutricionais dos alimentos e não deixa o efeito de pasteurização no sabor e na consistência dos alimentos.

O medo do novo é sempre uma barreira difícil de ser vencida, porém a versatilidade e a racionalização proporcionados pelo Cook Chill fazem com que esse processo conquiste vários segmentos da alimentação fora do lar.

Muitos restaurantes, hotéis e empresas especializadas em servir refeições têm procurado soluções que aliem novas formas e conceitos para otimizar sua produção, minimizar custos e reforçar a segurança sobre os riscos de contaminação.

Para resolver essas questões fundamentais nos negócios da alimentação fora do lar, alguns empresários vêm investindo em tecnologia e novas alternativas para a produção. Nesse quadro, o Cook Chill tem proporcionado bons frutos para aqueles que já adotaram a técnica.

Utilizado largamente nos Estados Unidos e Europa há vários anos, o Cook Chill ainda é pouco frequente no Brasil. Um dos fatores para este retardo em relação aos outros mercados era o alto custo dos equipamentos importados. Hoje a situação é mais propícia e os consumidores já podem contar também com opções de equipamentos nacionais, facilitando o dimensionamento do investimento.

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Outro fator que dificultou a maior utilização do Cook Chill foi a relutância dos profissionais na utilização do método. “Quebrada a barreira dos custos dos equipamentos, ainda existem alguns obstáculos para a maior difusão do uso do processo – a resistência dos profissionais de cozinha, o medo da tecnologia e o preconceito. A primeira imagem que surge quando se fala em Cook Chill é a de produtos congelados e pasteurizados, o que implica em alteração de sabor, consistência, textura e de valores nutricionais. Ao contrário do que se pensa, as vantagens dentro desse processo são justamente a preservação das características básicas dos alimentos, principalmente do sabor”, explica o engenheiro Dimas de Oliveira, da Núcleo Ora, empresa especializada em projetos de cozinhas profissionais.

O processo pode ser solução para inúmeras situações, não se restringindo apenas ao tipo de demanda ou dimensões das cozinhas. Em restaurantes de hotéis que têm como característica trabalhar com população flutuante, o Cook Chill colabora para equacionar fluxos de saída da produção e dar agilidade ao atendimento. Na organização de eventos também é uma ferramenta eficaz, permitindo o planejamento com a elaboração prévia das refeições, liberando os funcionários para outras tarefas nos momentos de pico. Em universidades abre a possibilidade de elaborar refeições em uma cozinha central e, posteriormente, distribuir para os demais restaurantes no campus.

Isso porque o processo é simples. Ele consiste em cozer (cook) e resfriar (chill) alimentos dentro de rigorosos métodos de controle de temperatura utilizando equipamentos de tecnologia avançada. Com isso é possível produzir refeições para consumo futuro com características, consistência e sabor idênticos aos preparados na hora.

Mudanças na alimentação coletiva

Entre as empresas brasileiras que vem investindo em Cook Chill está a De Nadai, que além de implantar em sua cozinha central uma área destinada ao novo tipo de produção, vem utilizando o processo em alguns clientes com cozinha local.

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“Em 1997, adquirimos as câmaras de resfriamento visando ampliar a segurança na produção de alimentos cozidos e depois resfriados, além de garantir um produto mais saboroso, pois não há perda de vapor, comuns a empresas que prestam serviço de fornecimento de refeições transportadas como nós. Portanto, já dispunhamos dos equipamentos há bastante tempo. Em 2002, fomos procurados pela rede Pão de Açúcar que planejava o lançamento da linha Good Light e Premium e buscava um parceiro no mercado que garantisse qualidade no sabor e consistência dos pratos. Durante 8 meses nos debruçamos sobre este projeto e desenvolvemos 16 produtos congelados que foram prontamente aprovados pela rede de supermercados “, explica Deise Tavares Luppi, Gerente Industrial da empresa.

“Motivados pelos resultados obtidos decidimos implantar o sistema Cook Chill utilizando o know-how adquirido . Testamos receitas e cardápios, depois implantamos o sistema no restaurante que atende nossos funcionários, onde fornecemos 800 refeições/dia e constatamos os benefícios da nova técnica. A partir daí, passamos a disponibilizar o novo produto para o mercado e temos obtido excelente retorno” conclui Deise.

Além da cozinha central da empresa, a De Nadai disponibiliza refeições elaboradas através do Cook Chill ao Hospital Glória, em São Paulo, que é um exemplo de solução em serviço de alimentação, onde são servidas 200 refeições diárias, incluindo alimentos para dietas diferenciadas dos pacientes. “Este cliente tinha como principal limitador a questão do espaço, fato que foi totalmente resolvido com o fornecimento de refeições já preparadas no sistema Cook Chill. Com isso, no local só dispomos de refrigeradores e fornos para restauração dos alimentos, nada é preparado no local” explica Vera Lúcia Pires Serra, Gerente de Operações da empresa.

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Outro cliente da empresa, o escritório britânico de advocacia Link Laters, que consome 3330refeições/dia também aderiu à nova técnica. Lá, por exemplo, numa área de 16 m2, 5 funcionários são suficientes para finalizar e servir as refeições. “O Cook Chill viabiliza a Cozinha de Acabamento e Montagem, trazendo para a prática os benefícios que essa logística representa no mercado de alimentação coletiva”, destaca Marcos de Oliveira dos Santos, Diretor Comercial da De Nadai.

Para as empresas que recebem os alimentos, entre outras vantagens, está a economia de espaço para a implantação da cozinha, menor custo com energia elétrica retirada de lixo, custos administrativos e melhor circulação na planta do cliente, além de outras despesas decorrentes do uso de uma cozinha tradicional. Com uma pequena área para instalação de um forno, de uma câmara fria para armazenamento e poucos funcionários é possível atender com qualidade os usuários. Dentro desta proposta, o restaurante da nova sede da Serasa, também administrado pela concessionária, adotou o uso “parcial” do Cook Chill, utilizando-o apenas para a preparação do jantar de cerca de 500 refeições /dia.

“As necessidades de nossos clientes estão mudando e temos que estar atentos ao que eles exigem de um Serviço de Alimentação” enfatiza Fabrício Arouca De Nadai, Diretor Geral da empresa, que completa: “o Cook Chill é mais um acessório para atender ao novo tipo de consumidor que vem surgindo. Temos que nos enquadrar na realidade que o mercado apresenta, adquirindo know-how e tecnologia que permitam maior versatilidade e opçòes para os consumidores. O mercado para refeições preparadas através do Cook Chill deverá crescer e o aumento do volume de solicitações irá minimizar os custos com a produção”.

Um mercado em crescimento

José Carlos Dias Reis, Diretor da Engefood, empresa que comercializa equipamentos, não acredita que o valor do investimento seja o maior empecilho para a adoção do Cook Chill no Brasil, atribuindo à falta de conhecimento sobre o processo o principal fator para a resistência. “O know-how para a implantação do sistema ainda está nas mãos de poucos, mas com o passar do tempo os fornecedores de refeições perceberão que existe uma forma diferente de produzir refeições às 8h00 para servir às 11h30 e passarão a produzi-las com até 5 dias de antecedência” afirma Reis.

Atualmente, com R$ 12 mil de investimento é possível resfriar 25 kg por operação e comR$ 60 mil, resfria-se até 120 kg. O retorno vem em menos de um ano, considerando-se a economia de matéria-prima, de mão-de-obra, de energia, além da diminuição do desperdício de alimentos.

Através do sistema é possível atender nichos específicos de mercado, tais como fábricas que diminuem número de funcionários ou empresas que já não querem se prender a horários tradicionais das refeições, ou mesmo desejam mais opções de pratos. A possibilidade de regenerar o alimento à medida que for necessário, sem desperdício, é uma das alternativas preciosas do processo. O usuário quer dispor de mais opções e acompanhar a mudança do perfil desse consumidor exige a utilização de métodos que agreguem versatilidade e rapidez no atendimento.

Assim, a tendência é de expansão do uso do Cook Chill e alguns restaurantes já saíram na frente. O SESC São Paulo é um dos que já utiliza, na sua unidade da Pompéia, processos mistos de produção. Com a variedade de produtos que são oferecidos no local, principalmente nos eventos especiais realizados, a implantação do Cook Chill teve por objetivo otimizar os processos de preparo dos alimentos, tais como arroz, feijão, molhos, carnes assadas, legumes, recheios à base de carnes e refeições mais elaboradas como feijoada e lasanhas, entre outros.

“O Cook Chill tornou-se uma ferramenta que trouxe grandes benefícios, pois viabilizou o atendimento à demanda de um público oscilante, além de assegurar a oferta de um alimento seguro com a manutenção do padrão de qualidade preservado” explica Maria Fernanda Ferro Junqueira, coordenadora da Área de Alimentação.

Outra profissional que optou pelo Cook Chill foi Cynthia Antonaccio, nutricionista e proprietária da Equilibrium Alimento e Nutrição. Contando hoje com cerca de 150 refeições servidas diariamente aos freqüentadores da academia e perspectivas de um aumento substancial no número de refeições no local para breve, a profissional encontrou no Cook Chill uma forma de atender sem perder a qualidade.

“Após a introdução do novo processo pude introduzir novos itens ao cardápio, como peixes e molhos diferentes. Ampliei também a linha de congelados e estamos nos preparando para entrar no mercado de atendimento de eventos” comemora Cynthia.

Como se vê, o Cook Chill tem apresentado resultados positivos em vários casos e tipos de demandas. A experiência positiva destes profissionais que vêm se dedicando a adaptar cardápios ao novo processo e os ganhos daqueles que vêm investindo no Cook Chill são fatores que deverão desmistificar o processo tornando-o bastante atrativo aos olhos de quem deseja investir em qualidade e segurança alimentar.

Fonte: http://www.nutrinews.com.br

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5 comentários sobre “O que é Cook Chill e como funciona?

  1. Muito bom este Sistema de Produção, realmente parece ser o caminho atual e futuro para controle de Qualidade e custos de uma forma geral!
    Gostaria de receber atualizações sobre este assunto e informações sobre cursos!

  2. Boa tarde,
    gostaria de especificações sobre preço para uma operação para 1000 pax ( diario) com serviço de catering. Grato!!

  3. Bom dia!

    Interessante seria que, se possível, nos próximos artigos fossem citados maiores detalhes sobre a autoria e publicação dos mesmos. Texto muito bom para ser usado como fundamentação em outros trabalhos, só que, para tanto, temos que respeitar os direitos autorais.
    Atrenciosamente,
    Ana Anita

  4. Sou chefe de cozinha a mais de vinte anos e trabalhei com o sistema e é muito bom para a operação da cozinha de hotéis e eventos em media e grande escala.
    Eu gosto muito de trabalhar com Cook Chill .

    Gostaria de receber publicações.
    Genival Ximenes de Araujo
    Chefe Executivo Sênior de Cozinha.

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